O bicho que deu
Contravenção ou não, a famosa fezinha é o jogo de azar mais popular do país e movimenta cerca de 12 bilhões de reais por ano
15 de março de 2021, 20h45

Imagem: João Vitor Costa
Em São João de Meriti, município da Baixada Fluminense, Maria das Graças, 54 anos, nunca teve sorte no jogo. Por várias vezes fez sua aposta no jogo do bicho e ganhava apenas experiência. Em um sábado, véspera do Dia das Mães, enquanto Nelci, sua mãe, se preparava para receber alta do hospital, Maria limpava o quarto dela. Ao abrir a gaveta ao lado da cama, encontrou um talão de jogo do bicho dentro do Livro dos Sonhos, um “mapa", com vários palpites. Com os únicos 20 reais que tinha na carteira, Maria fez sua fezinha e decidiu colocar sua sorte —no caso, a de sua mãe— nas mãos do bicheiro.
Bingo! Ou melhor, bicho! Maria ganhou cinco vezes no mesmo talão. “Quando eu fui até a padaria comprar pão à tarde, o bicheiro, que ficava em frente, chamou a atenção de todo mundo. ‘Ali, ó, é aquela ali, ganhou cinco vezes no talão’”, dizia ele, apontando para Maria. “Eu nem acreditei”, relembra ela. Não tinha momento melhor para a sorte dar às caras: o prêmio pagou todos os remédios que Dona Nelci precisava tomar depois de sair do hospital, fazer uma compra no mercado e ainda sobrou uma boa quantia para a dona da sorte, que recebeu o dinheiro como presente de Dia das Mães. “Eu joguei, mas a sorte era dela, todos os palpites eram dela, não fiquei com nenhum centavo. Cheguei no hospital para levar ela para casa e entreguei o restante do dinheiro, uns 300 reais. Ela perguntou ‘Gracinha, de onde veio esse dinheiro?’ e ficou toda boba com o presente”, conta.
“Quero ver a minha sorte na palma da sua mão”. Essa frase não é de Dona Maria nem de Dona Nelci, mas dos compositores Nilton Campolino e Tio Hélio na música “Bicho que deu”. O verso ficou conhecido por aparecer na faixa 4 do álbum Samba Pras Moças, de Zeca Pagodinho. A música descreve a jogatina do bicho, com todo o imaginário de sonhos, misticidade e popularidade do jogo “ilegal”.
Ilegalidade:
contravenção ou crime?
Zeca Pagodinho, cantor e compositor de samba, é um ícone da cultura popular carioca. Com histórias famosas de que fugia das câmeras no início da carreira, ainda preserva esse lado simples: sempre com seu copo de cerveja, cercado de amigos, em Xerém, andando sem camisa ou de ônibus com seu neto. Mas, além desses hábitos, não podia faltar o tradicional jogo do bicho. Certa vez, Zeca contou que ir a velório era certeza de jogar o número da sepultura na milhar. Mais recentemente, disse que ainda jogava no bicho – e ganhava com frequência. Questionado pela repórter se era a favor da legalização, Zeca responde: “É ilegal?”
Essa reação de Zeca serve de exemplo para a dicotomia existente na prática de jogar no bicho: não é legalizado, mas está presente no cotidiano de muitos brasileiros em diversos pontos de aposta espalhados pelo país — em especial, no Rio de Janeiro. O jogo do bicho nasceu em 1892, no Zoológico de Barão de Drummond, no bairro de Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro. O Barão teria criado o jogo a fim de atrair visitantes ao Zoológico e aumentar a arrecadação. Para concorrer ao prêmio, o visitante deveria ter em mãos o bilhete com o bicho estampado e aguardar até o final da tarde, quando o Barão de Drummond revelaria o bicho premiado do dia.
“Pendurada num poste a cerca de três metros de altura, próxima ao portão de entrada do parque, havia uma caixa de madeira. Dentro ficava escondida a gravura de um animal, escolhida pelo barão em uma lista de 25 bichos que ia de avestruz a vaca, passando por borboleta e jacaré.” É assim que o historiador Felipe Magalhães descreve o processo de como começou a jogatina no Zoológico, no seu livro Ganhou, Leva. Essa configuração de 25 bichos, que dura até hoje, é em ordem quase toda alfabética – já que, por exemplo, o Avestruz (1) vem antes da Águia (2).

Atualmente, jogar no bicho é bem mais complexo. São 25 grupos, em que cada grupo tem quatro dezenas associadas a ele, partindo do 01, 02, 03 e 04 do grupo do avestruz (grupo 1) ao 97, 98, 99 e 00 da vaca (grupo 25). Para ganhar, o jogador pode apostar em várias categorias,como Mauro Diniz e Arlindo Cruz descrevem na música Meu Lugar: "E quem se habilita até pode chegar/Tem jogo de lona, caipira e bilhar/Buraco, sueca pro tempo passar/Em Madureira/E uma fezinha até posso fazer/No grupo dezena, centena e milhar/Pelos sete lados eu vou te cercar/Em Madureira".
Tabela do Jogo do Bicho/ Reprodução
Apesar de muito popular, o jogo do bicho vive às margens da legalidade e foi pego por contraventores. Em seu twitter, o escritor e historiador Luiz Antônio Simas escreveu que o jogo do bicho não foi proibido porque era uma atividade do crime. “É o inverso: o crime tomou o jogo porque ele foi proibido. O bicho foi reprimido, sou convencido disso, porque era a loteria dos pobres, em um momento em toda a ludicidade dos pobres (na maioria pretos) era aniquilada pela República. Havia dezenas de loterias na cidade. Proibiram a mais popular”, escreveu ele. Mas, afinal, porque não chamamos os banqueiros do jogo do bicho de criminosos, mas de contraventores? Crime e contravenção são espécies distintas, mas integrantes do mesmo gênero penal: a infração. As diferenças fundamentais entre as duas categorias estão no tipo e no tempo de punição para as ocorrências. A lei prevê, no caso de crimes, prisão, reclusão ou detenção, somando até 30 anos. Já no caso das contravenções, o texto prevê prisão simples, que pode chegar a no máximo 5 anos. O jogo do bicho é uma contravenção penal — e contravenções, ao contrário dos crimes, só são puníveis em caso de efetiva comprovação do delito (art. 4º, Lei das Contravenções Penais, LCP).
Porém, o status de ilegalidade não obriga os contraventores a viverem no anonimato: os bicheiros são conhecidos por todos nos locais onde moram e muitos ainda figuram nas colunas de celebridade. Alguns, mais famosos, marcaram época até o início dos anos 2000, como Capitão Guimarães, Peruinha e a figura mais emblemática associada ao jogo de azar: Castor de Andrade.
A política da boa vizinhança e a associação dos contraventores ao Carnaval e às escolas de samba mascaram a violência que cerca o jogo do bicho, em especial no Rio de Janeiro. Desde os anos 90, ocorreram muitos crimes envolvendo os contraventores — a grande maioria, sem solução. O atentado mais recente foi o assassinato de Fernando Ignnácio, genro de Castor de Andrade. Segundo as investigações policiais, a principal motivação dos assassinatos é a disputa pela herança deixada pelos bicheiros. Em entrevista ao EXTRA, Shanna Garcia, filha do contraventor Waldomiro Paes Garcia, o “Maninho”, afirmou que a falta de resolução nos casos envolvendo os bicheiros se deve à corrupção na polícia. “Tem exceções, claro, mas eu diria que quase toda a polícia do Rio é corrompida. Por isso, não resolve os casos”, afirmou.
Em outra entrevista, para a Record TV, Shanna afirma que havia uma briga na justiça pela herança de seu pai, Maninho, incluindo os pontos de jogo do bicho deixados pelo pai — que, na época, estavam sob o controle de seu então cunhado, Bernardo Bello. Apesar de o jogo do bicho ser considerado contravenção penal, Shanna não hesita ao afirmar em rede nacional que pretende retomar os pontos de aposta que pertenciam a seu pai.
os bicheiros
Nei Lopes, compositor, cantor e pesquisador, aborda o tema em seu Dicionário da Hinterlândia Carioca. O livro foi criado para reunir o vocabulário e os saberes do subúrbio, rebatizado por Nei como Hinterlândia Carioca. No livro, ele afirma que a definição de “bicheiro” é ambígua: “Observe-se que o termo ‘bicheiro’ é genérico, podendo tanto referir-se aos donos de banca quanto aos simples apontadores, recebedores das apostas”, explica. E é sobre o primeiro que vamos nos debruçar.
Apesar de todo o histórico de mortes e da ilegalidade da atividade centenária, há um imaginário positivo que envolve a personalidade dos bicheiros. Um exemplo é o bicheiro Castor de Andrade. “Ele era um
excelente patrão. Se pedissem dinheiro adiantado, ele nem descontava depois [no pagamento]”, conta com intimidade Fátima. Ela não foi funcionária de Castor nem conviveu com ele — mas sua irmã, sim. Elisete da Cunha foi cozinheira do bicheiro por quatro anos na década de 1980. Infelizmente, ela faleceu em 2011 aos 70 anos e só deixou os relatos, que nos ajudam a entender essa personalidade. Sua irmã descreve uma rotina de recepção de pessoas importantes, não só envolvidas com o jogo, mas conhecidas em todo o Brasil: “Uma vez o Agnaldo Timóteo foi almoçar lá e minha irmã fez um pato com laranja muito elogiado, que saiu até no jornal no dia seguinte”, lembra Fátima, orgulhosa.

Imagem: João Vitor Costa
Timóteo, cantor e ex-deputado federal, por sua vez, não esconde sua simpatia pelo bicheiro. No documentário “Doutor Castor”, produção de 2021 do Globoplay, ele lembra de um episódio em que seu nome aparece como beneficiário de Castor nos livros-caixa apreendidos pelo Ministério Público, na década de 1990: “Uma vez meu nome apareceu na lista do Castor e a imprensa, principalmente [a de] São Paulo, me bateu muito”, conta. Agnaldo Timóteo, que cantou “Ave Maria” no velório do contraventor, em 1997, completa sua entrevista demonstrando gratidão. “Poucos tiveram coragem de dizer isso, mas eu faço questão de dizer: Você nunca me deu dinheiro, eu sempre pedi dinheiro para você. Muito obrigado, Castor.”
O documentário traz outras facetas do jogo, como a relação legitimadora que os bicheiros desfrutavam durante os carnavais. Nas escolas onde eram patronos — aqueles que financiam os desfiles — eram tratados como heróis. Castor de Andrade fica com a Mocidade, Aniz Abraão David (Anízio) com a Beija-Flor, Luizinho Drummond com a Imperatriz. Essa relação não é novidade. Ainda nos 1940, Natalino José do Nascimento (Natal) foi o primeiro bicheiro a injetar dinheiro em uma escola de samba. A beneficiária foi justamente a maior detentora de títulos do carnaval: a Portela. Das 22 vezes em que o título foi para a azul-e-branco de Madureira, 17 foram durante os tempos de glória da escola, sob a influência e o patrocínio de Natal, entre os anos 1940 e 1970.
Os tempos pós-Natal foram de jejum. Após a vitória na inauguração do sambódromo carioca, em 1984, a Portela só voltou a levantar a taça em 2017. A importância de Natalino foi tema de um desfile histórico da Beija Flor, campeão em 1976: “Sonhar com Rei Dá Leão”. Com samba-enredo escrito e cantado pelo estreante Neguinho da Beija Flor, intérprete da escola até hoje, o desfile foi uma ode não só a Natal, mas ao jogo do bicho como um todo. “Desta brincadeira/ Quem tomou conta em Madureira/ Foi Natal, o bom Natal/ Consagrando sua Escola/ Na tradição do Carnaval”
Fezinha: o ato
Um bar de esquina, com as calçadas lotadas de cadeiras, garrafas de cerveja e pessoas alcoolizadas. No meio desse cenário, um objeto que, para um desavisado, poderia ser inapropriado: uma carteira escolar.
Quem senta nessas cadeiras porta papel e caneta, mas não para atividades escolares, e sim para anotar os palpites no jogo do bicho. Normalmente, na parede ou no poste, há uma tábua com vários papéis: são os últimos resultados da loteria ilegal.
A frase “Vale o que está escrito” é o lema do jogo do bicho. Os autores Micael Herschman e Katia Lerner, em Lance de Sorte, sinalizam que, durante os períodos de repressão da Primeira República, o jogo do bicho teria uma “relação de honradez”, já que, mesmo não havendo “compromisso jurídico algum que obrigasse ao pagamento do prêmio”, os apostadores não eram enganados, o que poderia acontecer caso fossem jogar cartas, por exemplo, em que a parte derrotada podia não levar o fracasso na esportiva.
Em outra parte do Brasil, o jogo do bicho já foi uma atividade legalizada: em 1967, na Paraíba, a fezinha foi regulamentada. O folclore político conta que a iniciativa foi do então governador, João Agripino Maia, que comprou briga com o general que comandava o IV Exército para defender a permanência do jogo no estado. O sorteio dos números era feito pela loteria estadual, a LOTEP, que expedia as licenças para as bancas funcionarem, em uma espécie de concessão pública. E, quando o dono da concessão falecia, a banca era assumida pelos herdeiros: uma carta-testamento guardada na antiga cooperativa dos bicheiros, a Para Todos, era lida. Valia o que estava escrito.
Contudo, em 2013, a legislação que disciplinava o jogo do bicho na Paraíba foi considerada inconstitucional pela Justiça Federal. Uma ação civil pública foi movida contra o Estado da Paraíba e a LOTEP, e os pontos de aposta do jogo foram interditados. De acordo com o procurador da República que acompanhou o caso, João Bernardo da Silva, “O jogo do bicho, há muito tempo, tem lugar na Paraíba e o Estado, em vez de coibir essa contravenção penal, foi tolerante e até incentivou esse tipo de prática nunca permitida pela legislação do país”. O procurador se referiu ao jogo do bicho como uma "prática nefasta” e disse que, com a sentença, a atividade será “banida da sociedade paraibana''.Apesar da sentença e dos esforços do procurador, o jogo do bicho ainda segue presente na sociedade paraibana — agora, assim como no restante do país — de forma ilegal. Mário Luiz Júnior, universitário e morador de João Pessoa, ainda achava que o jogo do bicho era liberado no estado, disse: “Sinceramente, [a ilegalidade] não interferiu na jogatina. Muitas pessoas ainda apostam, principalmente no centro da cidade.” Na cidade vizinha, Bayeux, na região metropolitana de João Pessoa, Jefferson Kleyton diz que o jogo do bicho é algo cultural na região. Seus avós são donos de um bar na cidade e, segundo Jefferson, a jogatina corre solta: “Aqui qualquer coisa leva a um bicho, já mandam ir na esquina fazer um jogo”, afirmou. Para ele, o jogo do bicho não parece ser ilegal e as bancas de aposta “sempre têm um movimento respeitável”.
Em Araçagi, que fica a cerca de 90 km de João Pessoa, a fezinha também é algo muito comum. Gabrielle Gurski, que tem família na cidade, conta que “até os parentes evangélicos jogam no bicho”. Gabrielle disse que, uma vez, durante uma viagem que estava fazendo no Rio, seu tio Osvaldo, mais conhecido por Neguinho, ganhou uma bolada acertando no jogo do bicho: “Ele pegou o dinheiro, voltou para a Paraíba e abriu uma churrascaria chamada North Grill. Igual à [churrascaria] do Norte Shopping, mesmo, porque ele se encantou com ela.”
Muitas pessoas defendem a regularização do jogo do bicho no Brasil, como a situação já vivida na Paraíba. O Instituto Jogo Legal (IJL) afirma que o jogo do bicho movimenta anualmente cerca de 12 bilhões de reais, que poderiam ser investidos em recursos para o Estado e para a sociedade. Em uma pesquisa realizada pelo IBOPE em 2012 no estado do Rio, 58% dos entrevistados se mostraram contra a criminalização do jogo.
Atualmente, está sendo discutido no Senado Federal o Projeto de Lei 2648/2019, de autoria do senador Roberto Rocha (PSDB - MA), que prevê a regulamentação de todas as modalidades de jogo de azar, e até cassinos, para movimentar a economia. Em entrevista ao Congresso em Foco, o relator do projeto, senador Angelo Coronel (PSD - BA), afirmou que a legalização dos jogos pode gerar uma arrecadação de R$ 50 bilhões de impostos anualmente e 700 mil empregos diretos.
De acordo com o Jornal de Notícias, a média mensal de detenções por jogo ilegal no Brasil, desde 2015, é de 57. Mas, devido à pandemia, apenas 107 pessoas foram detidas no primeiro semestre de 2020. Segundo o jornal, isso se deve ao cenário de isolamento social: os cafés, que costumavam hospedar os jogadores, foram substituídos pelas apostas on-line. E, em meio ao pior momento de infecções e mortes por coronavírus, no último domingo (14), o futebolista Gabriel Barbosa, mais conhecido como Gabigol, multicampeão pelo Flamengo, foi detido em um cassino ilegal com cerca de 200 pessoas.
O bicho tecnológico
Quem quer jogar no bicho deve se dirigir até um bicheiro e dizer a ele quais são seus palpites. Para registrar, ele prepara o talão de jogos: a primeira folha, que o apostador levará como comprovante, é onde o bicheiro — com sua caligrafia, assinatura, carimbo e data — transcreve a fezinha. Atrás desta primeira folha há, ainda, duas folhas, que têm o palpite copiado através de folhas de carbono e servem de comprovante. Mas os dias de mãos manchadas pelo carbono ou pela tinta da caneta parecem estar contados: aos poucos os talões vão dando lugar às maquininhas, semelhantes às que colocam crédito em chips de telefone celular. E a tecnologia não está presente apenas no ato de jogar, mas também em consultar qual o resultado do dia.
Rodrigo, que mora há 22 anos em Ipatinga, cidade que fica a quase quatro horas de distância da capital Belo Horizonte, lembra da sua infância no bairro carioca do Grajaú: “A gente crescia vendo os senhores que anotavam na praça Edmundo Rego, de acesso muito tranquilo: era difícil de acreditar que era ilegal”, conta. Tendo aprendido a jogar com sua tia-avó, o que Rodrigo mais lamenta é acordar com um palpite e não saber onde fazer sua fezinha no interior de Minas Gerais. “Outro dia eu falei pra minha mulher que tinha sonhado com dois cachorros, que com certeza ia dar: e batata! Deu na cabeça, só não joguei porque não tinha acesso”, conta.
Mas, afinal, como Rodrigo - sem acesso a uma banca de bicho - poderia saber que seu palpite estava certo? Bastaria uma pesquisa no Google. Um dos primeiros sites que aparecem após uma busca na internet é O Jogo do Bicho. Logo abaixo do resultado, uma mensagem afasta a dúvida de que o blog possa ter ligação com os grandes barões do bicho: “Esclareço que este site não tem vínculo com o serviço ou pessoas que operem o denominado ‘telebicho’, assim como também com quem quer que opere o denominado ‘Jogo do Bicho'''.
Longe do Rio de Janeiro ou de algum lugar para passar a sua sorte para o talão do bicheiro, resta a Rodrigo a memória afetiva. “É pouquinho de dinheiro que você joga, é um pouquinho de dinheiro que você ganha: eu só ganhava jogando no grupo, o que dava um dinheirinho pra comer um sanduíche”, relembra. “Eu acho jogar [no bicho] sensacional, melhor do que jogar na mega sena ou na loto.”